A lenda da Moça do Velório

A lenda da Moça do Velório assombra há décadas os moradores das pequenas cidades de Minas Gerais, principalmente em regiões como Barbacena, Lavras e São João del-Rei. Trata-se de uma história de amor, dor… e aparição.

O Noivado e a Tragédia
Segundo contam os antigos, uma jovem muito bonita, de pele alva e cabelos escuros, estava prestes a se casar. O noivo era um rapaz da cidade, trabalhador e apaixonado. Tudo estava pronto: igreja enfeitada, vestido branco bordado à mão, aliança de ouro.

Mas no dia do casamento, enquanto seguia a pé para a igreja, a moça foi atropelada por uma charrete desgovernada. Morreu na hora, com o vestido branco tingido de sangue. A cidade parou, o que seria um casamento virou um velório trágico.

A jovem foi velada na própria igreja, com o mesmo vestido de noiva. O noivo, desesperado, tirou a própria vida dias depois, aos pés do altar onde se casariam.

O Velório Eterno
Desde então, o povo diz que, em noites frias e silenciosas, especialmente perto de igrejas antigas, aparece uma moça vestida de noiva, parada ao lado de caixões durante velórios. Ela não chora, não fala — apenas observa. Fica imóvel por minutos, com um olhar vazio e distante. E quando alguém tenta se aproximar… ela desaparece.

Alguns dizem que ela vaga de velório em velório à procura do corpo de seu amado. Outros afirmam que ela não sabe que está morta e acredita que seu casamento ainda acontecerá. Há também quem diga que sua presença é um aviso de má sorte, e que alguém próximo à família do falecido também morrerá em breve.

Testemunhos
Coveiros, sacristãos e até policiais juram ter visto a noiva fantasma parada nos fundos da igreja, segurando um buquê murcho, ou flutuando nos corredores do cemitério. Muitos evitam ficar até tarde em velórios por medo de cruzar com a Moça do Vestido Branco.

Em algumas cidades, as pessoas deixam uma vela acesa e uma flor branca em silêncio ao final de um velório. É para ela. Dizem que, se não fizerem isso, ela voltará na madrugada seguinte… para bater à porta de quem esqueceu.

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