A Lenda do Tesouro da Serra do Caraça

Em meio às montanhas imponentes e nevoentas da Serra do Caraça, localizada entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, em Minas Gerais, circula há séculos uma lenda que mexe com a imaginação dos moradores e aventureiros: a do Tesouro Encantado da Serra do Caraça.

Dizem que, durante o ciclo do ouro e do diamante, a região foi rota de garimpeiros, tropeiros e senhores de engenho, que escondiam grandes quantidades de ouro, pedras preciosas e riquezas em cavernas, fendas e grutas da serra — especialmente durante tempos de guerra, perseguições ou medo de saques. Muitos morreram antes de revelar os esconderijos.

Com o tempo, a natureza tomou conta, e os tesouros foram “encantados”, protegidos por forças misteriosas: espíritos de escravos, padres e antigos donos das riquezas. Quem ousa procurar por eles sem a devida permissão espiritual acaba se perdendo ou enlouquecendo.

As Aparições
Há quem jure ter visto:
Uma luz dourada saindo de dentro das cavernas ao anoitecer.
Um homem vestido como padre, vagando silenciosamente com um candeeiro nas mãos, indicando o caminho — mas quem o segue, nunca volta.

Sons de correntes, gritos abafados ou o tilintar de moedas vindo das profundezas da pedra.

Moradores antigos afirmam que o tesouro é guardado por forças sobrenaturais, como mulheres encantadas com cabelos de ouro, cães de olhos vermelhos, ou cobras gigantes que surgem de dentro da terra quando alguém se aproxima das trilhas erradas.

O Aviso
Dizem que o verdadeiro tesouro da Serra do Caraça só se revela para quem tem o coração puro, e que apenas os escolhidos — guiados por sinais, sonhos ou visões — poderão encontrá-lo. Todos os outros serão levados por caminhos de neblina, onde tempo e espaço se perdem.

Por isso, muitos evitam explorar certas cavernas da região, especialmente:
A Gruta da Bocaina
As trilhas do Vale do Engenho
E os arredores do antigo Santuário do Caraça, onde se diz que os monges ainda vigiam em espírito o que foi enterrado ali.

Essa lenda é passada de geração em geração, como um misto de medo, fé e fascínio pelas riquezas esquecidas — e pela certeza de que, na Serra do Caraça, há muito mais do que os olhos podem ver.

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